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segunda-feira, 29 de março de 2010

SEJA UM IDEALIZADOR DESTES PROJETOS, APOIE O LUANDANGOLA

PROJETOS LUANDANGOLA




- Jornal LuandAngola

Com 2000 tiragens mensais, o jornal tem o objetivo de levar às comunidades de Governador Valadares informações sobre cidadania. Circulam dicas de saúde e qualidade de vida, entretenimento, entrevistas exclusivas com personagens da capoeiragem e/ou líderes de diversas áreas e reportagens sobre a capoeira.

- Projeto Capoeira Cidadão

Aulas gratuitas de capoeira nos bairros Santa Rita (Associação dos Vicentinos e SOMIREHU), Bairro São Pedro (Creche Pequeno Cidadão), Nova JK (SEST-SENAT), Bairro Ipê (quadra comunitária), e bairro Altinópolis. Essa iniciativa nasceu da parceria entre a Associação LuandAngola, ABASP (Associação Comunitária dos Bairros São Pedro e Esplanadinha) e Creche Pequeno Cidadão. O projeto atende pessoas com a faixa etária entre 6 e 29 anos. O Capoeira Cidadão oferece aulas práticas e teóricas sobre capoeira, videoteca, palestras sobre higiene bucal e corporal, palestras sobre drogas e campanhas diversas de cunho educativo.

- Abrigo SOMIREHU
Existente há mais de 3 anos, esse projeto de capoeira funciona com recursos da Associação LuandAngola e atende aos internos do abrigo SOMIREHU (Sociedade Missionária de Recuperação Humana). Alguns alunos já se encontram na quarta graduação na capoeira, tendo participado de intercâmbios estaduais, cursos com grandes mestres, palestras, campanhas educativas e ações sociais.

- Projeto “Sou da melhor idade”
A Associação LuandAngola em parceria com o CAAI (Coordenadoria de apoio e assisntência ao Idoso) fundou o Projeto “Sou da Melhor Idade” que hoje atende aos bairros Grã-duquesa (SESC), Ilha dos Araújos (Creche da Ilha), Bairro de Lourdes (Praça Getulio Vargas), Associação dos moradores bairro Ipê e na cidade de Galiléia. São mais de 200 participantes, com a faixa etária entre 50 e 86 anos, praticando uma capoeira adaptada e participando de peças e apresentações culturais.

- Projeto “Boa Idéia”
Esse é um trabalho que visa auxiliar dependentes químicos na busca por um “recomeço”. A Associação LuandAngola em parceria com a ADQF e COMAD implantou o projeto “Boa Idéia” na ADQF, pretendendo atender a 30 adolescentes dependentes químicos em recuperação por um período de 9 meses. Ao final desse tempo, inicia-se uma nova turma.

- Viva Zumbi e Campanha LuandAngola Sangue Bom


O Viva Zumbi acontece no mês de novembro em um período marcado pelo Dia da Consciência Negra. Dentre a programação temos palestras sobre capoeira, rodas e festival de cantigas. A Campanha LuandAngola Sangue Bom vem atrelada a esse evento, incentivando a doação de sangue. A última mobilização alcançou 50 doares em um dia.

SEJA UM IDEALIZADOR DESTES PROJETOS, APOIE O LUANDANGOLA

PROJETO IDEALIZADO PELO LUANDANGOLA



III FESTIVAL DE CAPOEIRA E CAMPANHA LUANDANGOLA CONTRA AS DROGAS
O III Festival de Capoeira e Campanha LuandAngola Contra as Drogas é realizado anualmente em Governador Valadares-MG, cidade marcada por belezas naturais e, infelizmente, pelo alto índice de homicídio de adolescentes por tráfico de drogas.

O jornalista Eugênio Martins do Jornal “O tempo” nos traz informações a cerca da realidade dessa região. Ele relata que pesquisas divulgadas pela Unicef (Fundo das Nações para a Infância) evidenciam que a cidade é a segunda no país com o maior número de assassinatos de adolescentes. Para compreendermos melhor essa realidade, destacamos que o Ministério da Justiça apontou Valadares como o quarto município no país com mais crimes relacionados ao tráfico, proporcionalmente à população.

Além disso, uma pesquisa elaborada em 2007, pela Universidade Federal do Vale do Rio Doce (Univale), apontou que 70% dos jovens vítimas de assassinatos ou envolvidos com crimes na cidade têm entre 15 e 17 anos e segundo o Programa Redução da Violência Letal, os adolescentes que mais morrem por homicídio são meninos, negros e moradores de periferias ou favelas. Devemos ressaltar, também, que na Vara da Infância e Juventude de Valadares, há mais de 3.000 processos infracionais, a maioria por envolvimento com tráfico de drogas, porte de armas e roubos.

Diante disso, é nítido que a sociedade deve se unir ao poder público na luta contra esse mal. O III Festival de Capoeira e Campanha LuandAngola Contra as Drogas é a materialização da filosofia da Associação LuandAngola que, enquanto entidade que assume responsabilidades sociais, não pode cruzar os braços frente a essa triste realidade.



Esse evento faz parte da Semana Anti-Drogas do COMAD e é direcionado, principalmente, a crianças, adolescentes e jovens, público que mais é afetado pelo tráfico, como mostram as pesquisas. No entanto, envolve todas as faixas etárias na luta contra as drogas. Durante a semana do Festival, crianças, adultos e idosos se unem para divulgar a mensagem da vida, por meio da alegria de jogar capoeira, sem vícios e sem violências.

domingo, 28 de março de 2010

VALADARES A CIDADE DOS BURACOS

Ao caminhar pelas Ruas de nossa Cidade, é quase impossível não se deparar com uma rua que não contenha buracos, seja estes decorrentes de obras públicas ou pela falta de infra-instrutora adequada para suportar e escoar adequadamente as águas da chuva, o que gera alagamentos e por conseqüência provoca o surgimento de novos buracos.


O que nos traz mais estranheza, é o fato de que a maioria destes buracos são abertos por quem deveria tapá-los. Tal afirmativa é facilmente visualizada, buracos por vezes são abertos pelo nosso Órgão Público Municipal, visando alguma melhoria, e muita das vezes são esquecidos por anos e anos.

A operação tapa buraco, realizada nesta cidade no presente ano, aparenta ter visado atender somente os bairros mais “CHIQUES” da cidade, ou seja os locais mais visíveis, eis que em outros bairros, o que deparamos são situações calamitosas, onde em algumas vias de rolagem o trafego de automóveis chega ser impossível, colocando por vezes em risco a vida dos cidadãos.

Por tais ocorrências, que devemos nos indagar, Onde esta nossos direitos? Pois os impostas são cobrados aos cidadãos de forma imperdoáveis, e tem por finalidade promover uma a manutenção e proporcionar uma melhor qualidade de vida para seus contribuintes.

Salienta-se que o pagamento dos impostos, seja este Municipais, Estaduais ou Nacionais, não são uma faculdade mais sim uma obrigação. Neste sentido todos são obrigados a pagar impostos, seja pelo ato do exercício de uma atividade profissional (ISS), seja pela própria moradia (IPTU) e até mesmo pelo fator morte (ITCD), em contar com as taxas, muitas vezes instituídas de forma abusiva com a finalidade exclusiva de se arrecadar mais e mais paras os cofres Públicos.

A nossa parte esta sendo feita, pagamos obrigatoriamente nossos impostos, mais e os Órgão Públicos, este será que estão cumprindo com suas obrigações como deveria???

Por isso, cumprimos aqui o papel de informar, que todo o cidadão tem assegurado por lei o direito de recorrer a Justiça caso seja pego de surpresa em uma dessas armadilhas (buracos) feitas por quem delas deveria pulverizar, como ainda, de ser indenizado caso seja vítima de um destas armadilhas, pois conforme dispões a Constituição Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Busque seus direitos, pois estão eles sendo pagos quando compra ou quando vende qualquer alguma coisa, quando paga seu IPTU, seu IPVA, sua conta de água ou de Luz, quando vai ao supermercado fazer compras, em fim estão eles sendo pagos todas as vezes que você contribuinte paga um tributo. Não sou advogado, sou simplesmente um cidadão valadarense em busca dos meus direitos. E como forma de ratificar minhas palavras coleciono por oportuno o seguinte julgado que é apenas um entre vários existentes no site Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL - MUNICÍPIO - BURACO EM VIA PÚBLICA - AUSÊNCIA DE SINALIZAÇÃO - INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS - VERBA DEVIDA. Demonstrada a ausência de sinalização indicando buraco na via pública, devida é a indenização a título de danos morais e materiais por acidente ocorrido no local, restando caracterizada a responsabilidade civil do Município e da Autarquia Municipal. Em reexame necessário, confirma-se a sentença prejudicado o recurso voluntário. APELAÇÃO CÍVEL/REEXAME NECESSÁRIO Nº 1.0105.00.017021-4/001 - COMARCA DE GOVERNADOR VALADARES - APELANTE(S): REMETENTE: JD DA 7ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE GOVERNADOR VALADARES, SAAE - SERVIÇO AUTÔNOMO ÁGUA E ESGOTO - APELADO(A)(S): D.N.C E OUTRO - RELATOR: EXMO. SR. DES. KILDARE CARVALHO
(por Darcy Junior de Aguiar)

TAXA DE LIXO

TAXA DE LIXO


Estamos todos vivenciando a polêmica em torno da Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos, mais vulgarmente conhecida como taxa de lixo, ora cobrada por nosso Município, onde, muitos têm o valor exigido como exacerbado, porque não condizente com o serviço de coleta prestado pela Prefeitura para esse fim.Para melhor entendimento, é bom que se faça a análise do conceito legal da espécie de tributo taxa.A constituição federal de 1998, no seu art. 145, inciso II, é bem clara quando assevera que taxa “é o tributo exigido em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”.

Em desrespeito ao conceito acima mencionado, muitos municípios atualmente vêm exigindo o pagamento dessa taxa, objetivando com isso, o aumento da arrecadação fiscal, gerando assim, receita para o custeio de variados gastos. Deve-se ter em mente que, como está expresso no conceito trazido pela Carta Magna, a taxa deverá recair tão somente sobre serviços públicos ESPECÍFICOS e DIVISÍVEIS, isto porque a taxa é o tributo que tem sua razão de ser na contraprestação realizada pelo contribuinte em razão de serviço prestado pelo Ente Público ou colocado à disposição daquele. É o que acontece, por exemplo, quando se paga pelo fornecimento de certidões, pela prestação de atividade jurisdicional (custas processuais), ou quando se deseja obter licença para localização de estabelecimento comercial ou industrial em uma cidade etc.

E por tais considerações, é claro e cristalino que o serviço de limpeza pública, refere-se a um serviço geral e indivisível, de utilização indistinta por toda a comunidade, que circula diariamente por ruas, praças e avenidas de uma cidade, devendo ser assim, custeado inteiramente pela receita advinda dos impostos municipais exigidos por lei, e não cobrado dos proprietários de imóveis, o que constitui flagrante bitributação, instituto completamente vedado em nosso ordenamento jurídico, haja vista ser humanamente impossível dividir quantitativamente o monte de lixo que cada residência ou pessoa produz.

Para melhor entendimento, e ratificar a firmação aduzida acima, questiona-se: Como pode a taxa de lixo ser divisível, se não há sequer um padrão lógico e razoável para medir a quantidade de lixo que cada imóvel ou residência produz em um mês, dia ou ano? Da mesma forma, pergunta-se ainda, em que se baseia o Município então, para cobrar maior valor de uma taxa de lixo de um imóvel em relação a outro? A resposta para as perguntas apresentadas é simples.

O Ente Municipal não se baseia em norma jurídica alguma, simplesmente porque não há qualquer fundamento legal ou constitucional para a exigência da aludida taxa de lixo. A indigitada taxa de lixo é calculada tendo como base a área do imóvel, que é justamente a mesma base de cálculo do IPTU; além disso, ela possui como fato gerador a propriedade imobiliária, que também constitui a mesma hipótese de incidência do imposto municipal referido.

Assim, tem-se que a taxa de limpeza pública ou taxa de lixo é inconstitucional, pois viola frontalmente o art. 145, parágrafo 2o da Carta Constitucional de 1988, que versa sobre a impossibilidade da existência de taxas com base de cálculo de impostos. Também, de forma inequívoca, a aludida taxa municipal fere a legislação infraconstitucional do Código Tributário Nacional, mais especificamente o parágrafo único do art. 77, que afirma não poder possuir a taxa, base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impostos, nem ser calculada em função do capital das empresas.

Há de se concluir assim, que a exigência da Taxa de Limpeza Pública é ilegal e inconstitucional, devendo ser sua cobrança repelida por completo. (Por Dr. Wilgor da Silva Costa graduado do LuandAngola)

MESTRE CATITU

HISTORIA DO MESTRE


Carlos Alberto Lanatovitz, nascido em Guarulhos - São Paulo, conhecido na capoeira como Mestre Catitu ( porco do mato ), apelido este dado pelo Mestre Peixe devido quando criança ter cabelo avermelhado e arrepiado. Conheceu a capoeira em 1976 por intermédio de seu irmão mais velho, em 1980 começou a treinar com um grupo de amigos do seu bairro, todos se reuniam no fundo de sua casa onde ali aconteciam os treinos, posteriormente em 1982 matriculou-se na academia dos Mestres Espanto e Peixe onde se formou professor.

A pedido de vários capoeiristas da época, por ter uma boa didática em ministrar aula, e uma influência já estabelecida na capoeira de sua comunidade, em 1990 montou seu próprio trabalho fundando a Associação Desportiva e Cultural Guerreiros de Zumbi, com o passar do tempo, sentiu a necessidade de uma reformulação em seu trabalho, passando então o grupo a se chamar,Herança Cultural Capoeira.

Mestre Catitu sempre se integrou no sentido de desenvolver e aprimorar seus conhecimentos junto à capoeira e seus seguimentos, participando assim de cursos, manifestações culturais e competições.
Mestre Catitu se consagrou vice-campeão brasileiro, tri-campeão paulista, tetra-campeão Guarulhense, destaque técnico de competição, foi escolhido para representar São Paulo no encontro mundial de capoeira no Rio de Janeiro em 1991, delegado de São Paulo no 1º congresso Nacional de Capoeira de 2003. Responsável por mais de 40 educadores entre alunos graduados, instrutores e professores, Ministrou cursos em mais de 10 países e vários estados Brasileiros.
Professor de Educação Física, trabalha na área de segurança a mais de 20 anos.
“A cada dia que passa me sinto mais responsável em relação a nossa arte, fazendo de tudo para contribuir e divulgá-la no que for preciso, fortalecendo assim e criando mais oportunidades em sua inclusão social” (Mestre Catitu).

maltas de capoeira por graduada Neve (LuandAngola)

MALTAS DE CAPOEIRA


Existe uma vasta documentação sobre a capoeira no século XIX nas casas de detenção do Rio de Janeiro. Esses documentos, os códices policiais, permitiram que historiadores remontassem parte da história da capoeira.
Essa história nos traz a evidencia de que durante esse período, africanos (inicialmente) se reuniam em grupos que foram denominados “maltas de capoeiras”.
Esses grupos eram formados de três até cem indivíduos com o fim de proteger territórios (freguesias da cidade do RJ) e seus participantes.
Cada malta tinha seu líder escolhido entre o mais forte e mais hábil capoeira, cujas decisões eram obedecidas pelos outros membros. Esse líder também deveria ser marcado socialmente por uma fama de “terror”. Sabemos que a violência física e psicológica, a exclusão da vida social e a repressão faziam parte da vida desses sujeitos no período descrito. Os próprios negros tinham rivalidade entre si.

Nesse contexto, estar numa malta era uma maneira de se socializar com outros que tinham uma situação de vida semelhante; era adquirir certo poder (os integrantes lutavam capoeira e se sobressaiam entre os negros que não lutavam) e também conseguir proteção, já que os capoeiras defendiam os membros da mesma malta.

Essas maltas eram rivais e cada uma tinha uma identidade cultural própria, com certeza construída com base em códigos africanos de identidade tribal combinados com rivalidades locais produzidas pela experiência da escravidão urbana.

Assim, o uso de fitas amarelas e encarnadas, e de partes de roupagem, com símbolo, sugere a existência de emblemas grupais muitos particulares, indicando uma rivalidade que extrapola o inimigo comum escravista. As maltas que mais se destacaram nesse período foi a dos Guaiamus e a dos Nagôs. Cada uma defendia uma freguesia e ali estabeleciam o seu espaço de dominação. A invasão de uma freguesia por uma malta rival era uma afronta resolvida a golpes de capoeira, facadas e navalhadas. Esses grupos possuíam códigos e elementos que marcavam suas identidades. A cor dos Nagoas era a branca e a cor que marcava os Guaiamus era a vermelha. Seus membros usavam fitas de cor, chapéus e roupas que demarcavam sua identidade. O jogo da capoeira não era uma atividade de “boçais”, como se denominavam os africanos recém-chegados, ou um recurso desesperado diante da onipresença da ordem policial. O tipo social capoeira que estava sendo forjado naquele momento, exibia vários sinais de estar já profundamente enraizado na sociedade escravista urbana e articulado com as formas de lidar com a lei dos brancos e seus aparatos de poder. Os capoeiras criavam estratégias de burlar a ordem policial e de penetrar na vida política da capital do Império. Uma dessas estratégias foi à ligação das maltas com o partido liberal e o partido conservador. Os capoeiras se aliavam aos políticos, fazendo verdadeiras “arruaças” nos comícios dos rivais partidários em troca de proteção e prestígio social. A forte organização e influência social desses grupos perduraram até 1890, quando a capoeira passou a ser considerada crime pelo novo Código Penal da República. A capoeira não desapareceu, mas a atuação política e a autonomia social das maltas findaram.

(Por Juliana Azevedo de Almeida (Professora e pesquisadora da UFES e Graduada do LuandAngola)

ENTREVISTA COM PROFESSOR CASCÃO

Darcy Junior de Aguiar (Professor Cascão, presidente do LuandAngola), nascido em Gov. Valadares, MG.

No ano de1982, hoje presidente do grupo LuandAngola, Exemplo de vida e
De trabalho no mundo da capoeiragem e na vida social.





JONAL LUANDANGOLA:

Professor Cascão, como foi seu primeiro contato com a capoeira?
Foi por meio do berimbau. Em certo domingo de missa, eu resolvi vigiar alguns carros na porta da igreja na intenção de conseguir uma grana para comprar um berimbau. Depois de trabalhar, fui até a um moço que os vendia para tentar comprar um. Ele não queria me vender, dizendo que eu não ia aprender a tocar e que capoeira não era minha praia, depois de muita insistência então mim vendeu. Aprendi a tocar sozinho. Depois de aprender a tocar fui procurar uma academia na esquina da minha casa na qual o professor Escorpião, aluno do Mestre Cotta dava aula por volta do Ano de 1990.

Por que o apelido Cascão?

Quando eu era moleque, gostava muito de brincar na rua, minha mãe sempre me chamava pra tomar banho quando ia caindo a noite e eu obedecia. Mas, depois, meus amigos começavam a brincar em frente à minha casa outra vez, então eu não resistia em somente olhar e ia também. Mais tarde eu tinha que tomar outro banho e aí eu não queria ir. Nessa história toda eu evitava o banho até que minha mãe me batesse. Então daí o nome Cascão.

Como funciona as regras dentro do LuandAngola?

O grupo ele tem uma diretoria para decidir, todos os rumos da entidade, por tanto, todas as decisões aqui são mediante reuniões composta pelos docentes o qual tem voz ativa para decidir. Registramos em cartório o compromisso com a comunidade, de ajudar, de preservar, de interagir junto a todos os órgãos, visando o bem a comunidade, portanto para o nós capoeira é um veículo de trabalho, e nosso meio de colaboração para com a sociedade, nos lugares onde o LuandAngola se encontra.

Algum momento marcante, nas rodas de capoeira?

Muitos, mas quando agachei ao pé do berimbau e escutei mestre João Grande cantar em uma roda em Nova York, foi uma emoção enorme, só quem é capoeira pra entender. Outra grande emoção que ainda me faz chorar, quando lembro, o dia que meu mestre me deu a camisa de capoeira. Eu estava numa roda, repleta de capoeiristas, e eu sem a camisa de capoeira, pois eu não podia comprar. O meu mestre olhou pra mim, tirou a sua camisa e jogou nas minhas mãos, dizendo: “ô filho... veste que é sua!” Aí vem o nó na garganta... Não há palavras...

Na sua opinião como está a capoeira em Minas Gerais?

Eu diria que está boa a nível técnico, comparando com outras rodas que já freqüentei pelo país e no exterior. Existem muitos bons capoeiristas aqui em Minas. Mas, a meu ver, ainda vemos muitos conflitos entre capoeiristas em algumas rodas. Falta união e, além disso, alguns capoeiristas ainda não aceitam um dialogo no jogo. E falta muita organização em alguns grupos.

Quais foram os acontecimentos mais importantes que você viveu através da capoeira?

Foram vários. Eu pude sair do país por meio da capoeira e conheci várias pessoas que hoje fazem parte da minha vida. Fiz várias boas amizades, viajei vários estados, cidades, realizei um sonho de conhecer a África..Fui educado na capoeira, portanto tudo isso que vivi e vivo acontece por causa dela.

Qual é a sua filosofia dentro da capoeira?

Treinar, viajar, preservar a saúde, evitar o álcool e as drogas. Fazer amizades boas, Sou exigente, sou inovador, sonhador, sou critico, adoro treinar, organizar, estudar e dar aula. Eu gosto de fazer tudo que pode ajudar a capoeira a crescer e os meus alunos a se desenvolverem nela. Tenho comigo que capoeira é arte, tamanho e força não devem ser medidos entre dois bons capoeiristas no meio da roda.

O que você mais gosta na Capoeira?

Eu gosto de tudo, cantar, compor, tocar, gosto das festas de capoeira, de fabricar meus instrumentos, gosto da mandinga, do bailado, do jogo, da rasteira e do levantar, do falar e do ouvir, em fim gosto de tudo que a capoeira tem.

Uma alegria: o dia que soube que eu ia ser papai

Uma tristeza: o dia que conheci a solidão e a fome.

O que a capoeira representa em sua vida?

Quase tudo: Deus vem em primeiro lugar, depois a família e a capoeira. Capoeira é meu caráter, meu ganha pão, minha fonte de amizade, minha forma de ser e minha filosofia de vida.

Gostaria de fazer algum agradecimento especial?

Sim, a Deus por ter me dado o maior presente do mundo ‘minha filha”, meus Pais, minha família, meus alunos, ao grupo LuandAngola e a todos os meus amigos que estão andando junto comigo nessa caminhada. Obrigado.

III ENCONTRO ESTADUAL DO IDOSO

“O III ENCONTRO ESTADUAL


DO IDOSO, FOI ABRILHANTADO COM A PUXADA DE REDE, PELO GRUPO DA MELHOR IDADE DO SESC”

Para muitos chegar a melhor idade é o mesmo que ser invalido, ou até mesmo, ser sinônimo de doenças e sofrimento, mas isso não é verdade, pelo contrário, a melhor idade esta dando show nos mais novos, estão se dedicando cada dia mais e nos surpreendendo a cada instante.

O III encontro estadual do Idoso que aconteceu no SESC em Governador Valadares, contou com a presença de grandes personagens, inclusive da prefeita municipal e um grande numero de participantes. Dentre a programação varias apresentações aconteceram, peças teatrais, danças e outros. As mesmas foram apresentados por grupos da melhor idade de Governador Valadares e cidades vizinhas, mas o momento mais marcante foi apresentado pelo grupo da melhor idade do SESC, na qual apresentou a Puxada de Rede, que é um complemento cultural agregado a capoeira. Essa apresentação contou com a direção e coordenação do presidente da Associação LuandAngola, um profissional da capoeira, reconhecido internacionalmente, mentor e organizador de grandes obras sociais e culturais no Brasil e exterior, Darcy Junior, conhecido como Cascão.

O momento da puxada de rede foi realmente de grande emoção a todos, desde a primeira aula que ministrei para os mesmo, pude perceber que o sucesso seria certeiro, porque estava presente ali muita força de vontade, carinho e muita emoção. Para me é uma emoção enorme e gratificante poder participar de momentos como estes. Obrigado (Cascão)

Aplaudidos por todos, mais uma vez provaram que estar na terceira idade é estar na melhor idade, tempo em que a experiência e o gosto pela vida se renova a cada instante
(Equipe de jornalismo LuandAngola)

III COPA ABERTA SÃO PAULO / MESTRE CATITU

GRADUADO GAVIÃO (LUANDANGOLA) VICE-CAMPEÃO DA III COPA ABERTA DE SÃO PAULO




O Estado de São Paulo foi homenageado no mês de Agosto, com um grande evento internacional de capoeira organizado pelo Grupo Herança Cultural Capoeira, que tem como presidente o saudoso Mestre Catitu na qual comemorou seus 30 anos de capoeira. Este evento contou com a presença de vários Mestres de renome Internacional como, por exemplo: Suassuna, Brasília, Peixe, Kall, Maurão, Aberre, Rã, Pinatti, Ruck, Lobão, entre outros.

Dentre a programação do evento, foi realizado a II Copa Aberta (Campeonato), sendo, este o momento mais esperado de todo o evento, pois seria a hora em que atletas de diferentes Estados e Associações de capoeira se encontrariam para testar seus conhecimentos capoeiristicos, bem como suas habilidades.

De acordo com o representante de nossa Cidade, Graduado Gavião, do Centro de Desenvolvimento da Arte Capoeira LunadAngola, por se tratar de uma competição aberta a todos capoeiristas, o índice de participação foi grande, contando com a participação de atletas de vários Estados como: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, São Paulo e outros.

O LuandAngola, foi o único representante de Governador Valadares/MG, e por sua vez não fez feio na competição. O representante da Associação LuandAngola, Graduado Gavião, professor de capoeira no SEST/SENAT e do Projeto Sou da Melhor Idade situado na Creche da Ilha, o qual atende o grupo da terceira idade “Tempo de Viver”. Entre cabeçadas, rasteiras, tesouras e vingativas, foi aclamado com palmas e assovios, consagrando-se como vice-campeão de sua categoria, a qual contou com 21 (vinte um) competidores.

Relata ainda o atleta, que a “emoção e a adrenalina de estar no meio de uma roda sendo alvo da atenção de tantas pessoas, faz com que nosso treinamento e dedicação seja medido naquele momento e que é nessa hora que podemos medir a vantagem de estar cursando em uma boa universidade como é o LuandAngola”.

Segundo o presidente da Associação LuandAngola (Professor Cascão), a conquista do segundo lugar do Graduado Gavião, em um evento de tamanho porte como este de São Paulo, não é um mérito somente para o LuandAngola mas sim para todos nos valadarenses e mineiros, eis que mesmo na dificuldade de se fazer presente no evento, haja vista a falta de apoio governamental, trouxemos o troféu de segundo lugar, entre meio tantos outros Estados e Cidades que buscavam esta conquista.

Parabéns a Associação LuandAngola e parabéns a Governador Valadares por ter sido representada com êxito na cidade de Guarulhos/SP.

artigos do jornal luandangola edição 4

“HOSPITAL PÚBLICO,


NOSSA SAÚDE

EM ULTIMO LUGAR”



Um certo dia fui surpreendido por uma ligação, recebi a notícia que meu tio foi transportado de sua casa para o Hospital Municipal de Governador Valadares em busca de socorro. Um senhor de 75 anos de idade com um histórico de vida sem qualquer tipo de contato com álcool, drogas, sem noites de sono perdidas entre outros fatores anti-saudáveis.

Juntamente com meu pai, deslocamos para o hospital, chegando lá, uma tristeza que dava pena, meu tio que pra mim é meu segundo pai, estava de olhos fechados, sem se quer mexia e mau mau respirava, o calor era insuportável, meu coração se partiu tristemente em ver um homem, que pagou impostos durante toda sua vida, estava jogado no corredor de um hospital, juntamente com mais umas 30 pessoas espalhadas por ali em meio os gritos e clamores de ajuda.

Meu tio sempre foi meu espelho de vida e eu via naquele momento como eu seria tratado quando chegasse a terceira idade, ou melhor, podia ver ali o resultado de todos os meus impostos pagos, pude conferir como era aplicado o dinheiro público.

o médico responsável, disse que meu tio estava com “Pneumonia” que iria medica-lo, e possivelmente retornaria para casa comigo, porque seria impossível mante-lo ali pelo fato do hospital estar lotado. Todo este processo durou por volta de 7horas. Em casa meu tio piorou, então resolvi leva-lo para o hospital São Lucas , o atendimento foi entre 5 a10 minutos, rapidamente o levaram para uma sala, super limpa, e em instantes atendido por um pneumologista, que depois de executar uma bateria de exames afirmou que não se tratava de pneumonia.

Meu tio ficou internado por 7 dias neste hospital, foi super bem tratado, tanto na alimentação ,atendimento, pontualidade e ofereceram condições e formas acessíveis de pagamento.

Mas eu gostaria de dividir com vocês leitores, a minha mágoa pela desumanidade de nosso poder público, todo trabalho desse homem, todos os tributos pagos por ele, em seus 75 anos, não lhe serviram no momento em que precisou, hospital público não é sinônimo de serviço mau feito ou gratuito, pelo contrário, são bem equipados e todos os funcionários são pagos e frisa lembrar que pagos por nós, que não temos o direito de usa-lo, quando mais precisamos.

No hospital particular meu tio foi tratado adequadamente, como deve ser tratado, com dignidade, respeito, como gente e não como um animal, como foi tratado no hospital público de Governador Valadares.
(História verídica por Darcy Junior de Aguiar)

PROJETO IDEALIZADO PELO LUANDANGOLA

III FESTIVAL DE CAPOEIRA E CAMPANHA LUANDANGOLA CONTRA AS DROGAS



O III Festival de Capoeira e Campanha LuandAngola Contra as Drogas é realizado anualmente em Governador Valadares-MG, cidade marcada por belezas naturais e, infelizmente, pelo alto índice de homicídio de adolescentes por tráfico de drogas.
O jornalista Eugênio Martins do Jornal “O tempo” nos traz informações a cerca da realidade dessa região. Ele relata que pesquisas divulgadas pela Unicef (Fundo das Nações para a Infância) evidenciam que a cidade é a segunda no país com o maior número de assassinatos de adolescentes. Para compreendermos melhor essa realidade, destacamos que o Ministério da Justiça apontou Valadares como o quarto município no país com mais crimes relacionados ao tráfico, proporcionalmente à população.
Além disso, uma pesquisa elaborada em 2007, pela Universidade Federal do Vale do Rio Doce (Univale), apontou que 70% dos jovens vítimas de assassinatos ou envolvidos com crimes na cidade têm entre 15 e 17 anos e segundo o Programa Redução da Violência Letal, os adolescentes que mais morrem por homicídio são meninos, negros e moradores de periferias ou favelas. Devemos ressaltar, também, que na Vara da Infância e Juventude de Valadares, há mais de 3.000 processos infracionais, a maioria por envolvimento com tráfico de drogas, porte de armas e roubos.
Diante disso, é nítido que a sociedade deve se unir ao poder público na luta contra esse mal. O III Festival de Capoeira e Campanha LuandAngola Contra as Drogas é a materialização da filosofia da Associação LuandAngola que, enquanto entidade que assume responsabilidades sociais, não pode cruzar os braços frente a essa triste realidade.

Esse evento faz parte da Semana Anti-Drogas do COMAD e é direcionado, principalmente, a crianças, adolescentes e jovens, público que mais é afetado pelo tráfico, como mostram as pesquisas. No entanto, envolve todas as faixas etárias na luta contra as drogas. Durante a semana do Festival, crianças, adultos e idosos se unem para divulgar a mensagem da vida, por meio da alegria de jogar capoeira, sem vícios e sem violências.

PROJETOS LUANDANGOLA

- Jornal LuandAngola


Com 2000 tiragens mensais, o jornal tem o objetivo de levar às comunidades de Governador Valadares informações sobre cidadania. Circulam dicas de saúde e qualidade de vida, entretenimento, entrevistas exclusivas com personagens da capoeiragem e/ou líderes de diversas áreas e reportagens sobre a capoeira.
- Projeto Capoeira Cidadão

Aulas gratuitas de capoeira nos bairros Santa Rita (Associação dos Vicentinos e SOMIREHU), Bairro São Pedro (Creche Pequeno Cidadão), Nova JK (SEST-SENAT), Bairro Ipê (quadra comunitária), e bairro Altinópolis. Essa iniciativa nasceu da parceria entre a Associação LuandAngola, ABASP (Associação Comunitária dos Bairros São Pedro e Esplanadinha) e Creche Pequeno Cidadão. O projeto atende pessoas com a faixa etária entre 6 e 29 anos. O Capoeira Cidadão oferece aulas práticas e teóricas sobre capoeira, videoteca, palestras sobre higiene bucal e corporal, palestras sobre drogas e campanhas diversas de cunho educativo.
- Abrigo SOMIREHU

Existente há mais de 3 anos, esse projeto de capoeira funciona com recursos da Associação LuandAngola e atende aos internos do abrigo SOMIREHU (Sociedade Missionária de Recuperação Humana). Alguns alunos já se encontram na quarta graduação na capoeira, tendo participado de intercâmbios estaduais, cursos com grandes mestres, palestras, campanhas educativas e ações sociais.
- Projeto “Sou da melhor idade”

A Associação LuandAngola em parceria com o CAAI (Coordenadoria de apoio e assisntência ao Idoso) fundou o Projeto “Sou da Melhor Idade” que hoje atende aos bairros Grã-duquesa (SESC), Ilha dos Araújos (Creche da Ilha), Bairro de Lourdes (Praça Getulio Vargas), Associação dos moradores bairro Ipê e na cidade de Galiléia. São mais de 200 participantes, com a faixa etária entre 50 e 86 anos, praticando uma capoeira adaptada e participando de peças e apresentações culturais.
- Projeto “Boa Idéia”

Esse é um trabalho que visa auxiliar dependentes químicos na busca por um “recomeço”. A Associação LuandAngola em parceria com a ADQF e COMAD implantou o projeto “Boa Idéia” na ADQF, pretendendo atender a 30 adolescentes dependentes químicos em recuperação por um período de 9 meses. Ao final desse tempo, inicia-se uma nova turma.
- Viva Zumbi e Campanha LuandAngola Sangue Bom

O Viva Zumbi acontece no mês de novembro em um período marcado pelo Dia da Consciência Negra. Dentre a programação temos palestras sobre capoeira, rodas e festival de cantigas. A Campanha LuandAngola Sangue Bom vem atrelada a esse evento, incentivando a doação de sangue. A última mobilização alcançou 50 doares em um dia.

Associação LuandAngola

APRESENTAÇÃO
A Associação do Centro de Desenvolvimento da Arte Capoeira LuandAngola, fundado em 13 de fevereiro de 2008, é uma instituição civil, sem fins lucrativos, constituído por tempo indeterminado, com sede e foro em Governador Valadares-MG, portadora do título de Utilidade Pública Municipal de nº 6002 de 7 de Agosto de 2009, e responsável por filiais no Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Estados Unidos.
Essa instituição tem como principais objetivos a divulgação e o desenvolvimento da capoeira no Brasil e no mundo e sua utilização como instrumento de transformações sociais.


Isso por que vemos a capoeira e, principalmente o LuandAngola, como espaço/tempo onde circulam educadores, ou seja, pessoas que assumiram o compromisso de ensinar a cidadania e a autonomia aos sujeitos. Nesse sentido, o grupo não tem como filosofia de ação o passado da capoeira – momento no qual ela se configurava como “luta de resistência” ao sistema – mas sim o seu presente, marcado por sua aceitação e identificação pela sociedade brasileira (ainda que com alguns preconceitos).